Boas rapazes, um pouco puxado pelo sentimento de tristeza que sinto pela bela Itália viajei pelas fotos que tenho visto na internet e lembrei-me de vos trazer algo vindo de lá, mais propriamente de Nápoles.
Uma das grandes cidades italianas, mais a sul, onde o sol brilha da mesma forma que aqui em Portugal. Sítio onde nasceu uma das nossas refeições preferidas, a Pizza. E, claro para nós cavalheiros de fato e gravata, o sítio onde existe um corte de casaco com especificações dignas de um verdadeiro gentleman.
Sabem que uma das minhas paixões, é o incrível poder dos pormenores e no casaco napolitano há uma data deles que devem ser falados um a um! Vamos a isso?
Este casaco, remonta a uma história com mais de 700 anos, numa das mais antigas associações de alfaiataria, “Confraternita dell’arte dei Giubbonai e Cositori”, que criava roupa pronta a usar para grande parte de Itália, toda feita em Nápoles. A tradição manteve-se e ainda hoje grandes alfaiates produzem peças de mais alto nível.
O casaco napolitano que hoje conhecemos é um aglomerado de tendências e conhecimento de longos anos de história. Reúne a sabedoria no corte e na mestria de bem vestir os cavalheiros sem que tenhamos de usar grande estrutura por debaixo dos tecidos.
Como identificar este casaco?
Notamos logo pela própria silhueta, um casaco napolitano não tem estrutura, é quase tecido sobre o próprio corpo. Quando este não é executado na perfeição notamos as imperfeições do nosso corpo.
Na frente notamos as suas lapelas largas, sinal de irreverência e classe, com uma costura que acompanha todas as linhas do casaco. Ainda no peito um bolso que nos lembra um pequeno barco, “barchetta” é o nome que lhe deram é que bem que acompanha curva da barriga da lapela.
De 3 botões mas que só 2 aparecem ao nosso olho. Sim, este pormenor interessante, só é possível pois o botão superior se esconde debaixo da lapela, seja ele single ou double Breasted.
Os bolsos são os chamados “patch” ou “pignata”, arredondados na sua forma e que tornam o casaco mais desportivo ou casual.
Um dos pormenores que chama mais à atenção, é claramente a falta de uma estruturação nos ombros, os napolitanos chamam de “spalla a camicia”, em português, como a camisa. Os ombros são cosidos da mesma forma das camisas, acompanham a curvatura natural do ombro, resultando assim, numa espécie de ombro arredondado e com uns pequenos vincos que fazem toda a diferença.
Outro pormenor engraçado é que nas mangas, o buraco onde passam os nossos braços é mais curto, tornando os nossos movimentos mais fluidos e nos punhos para além de encurtar a manga também alargam junto à mão, tornando a zona do pulso mais larga, pormenor estranho mas que torna a silhueta mais dinâmica.
Impressionados com o detalhe deste casaco? Infelizmente não conseguimos encontrar à venda em todas as lojas dos centros comerciais, por isso toca a procurar novamente lojas de made to measure e alfaiates que nos vistam à nossa medida, aí a vossa imaginação conta!
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