O tão esperado teste à mais recente Africa-Twin

O mítico modelo Africa Twin da Honda, na sua versão mais recente, tecnológica e musculada. Será?

Impossível não recordar com saudade a clássica Honda Africa Twin dos idos anos 80 e 90 nas suas cores históricas do azul, vermelho e branco. Falo nestas porque serão com certeza as mais vistas e apelativas deste modelo icónico que na minha opinião tinha um ar bem mais musculado nas diferentes versões RD.

Mas falamos de 2022 e de motos completamente diferentes. Este modelo brevemente testado em cerca de 1.000 quilómetros tem já um motor de 1.100cc com 102 cavalos, aumentando a potência da sua anterior versão de 1.000cc com 95 cavalos. Obviamente que são notórias as diferenças quando se conduzem estas duas versões mas este artigo não pretende compará-las, apenas salientar a minha experiência com a condução desta Honda CRF 1100 Africa Twin.

As perguntas são sempre muitas quando conduzo este género de motos, agilidade e conforto sobretudo, mais até que potência mas, diria que não podemos distanciar a potência do conforto, sobretudo quando se trata de viagens longas – e nunca me hei-de esquecer de um amigo que, com alguma pressa entre o Alentejo e Porto, a conduzir a sua BMW GS 650, chegou a Aveiro e encostou-se porque não conseguia estar em pé nem fumar o cigarrito da pausa, sem força no corpo, tamanha era a vibração da bicilíndrica com “apenas” 650cc.

Voltando ao que aqui nos trouxe, a curiosidade era muito e esta Africa Twin estava há muito prometida. E superou as expectativas, desde já vos esclareço. Conduzia cerca de 1.000 quilómetros na sua maioria em cidade e é uma moto surpreendentemente ágil e manobrável. É muito boa para ambientes urbanos mas muito mais apta para fazer passeatas fora de estrada. É esguia, o que facilita a circulação no meio do trânsito mas também facilita fora de estrada onde realmente sentimos a sua leveza. A resposta do motor é surpreendente e os 106cv são suficientes, bem sei que vão querer a comparação com outras de cilindrada superior mas tinha a mesma questão e aqui vos digo que, na verdade, a Africa Twin é muito muito competente e não é aqui que poderá ficar atrás mas sim na oferta de tecnologia e na sua utilização. Deixo-vos alguns exemplos que eu valorizo, outros poderão não dar importância nenhuma mas hoje em dia parecem-me essenciais num modelo que deveria ser mais completo face a outras concorrentes. Finalmente temos o painel de instrumentos em TFT a cores, com função tátil, conectividade Bluetooth e completamente personalizável! Não temos o sistema keyless o que não sendo de enorme importância, é de enorme detalhe. Mas a IMU (Unidade de Medição de Inércia) que melhora substancialmente o desempenho do ABS e do controlo de tracção, além de inibir o levantamento da roda dianteira em aceleração forte, e que permite ainda gerir o sistema de iluminação de curva, é uma ferramenta imprescindível sobretudo para quem gosta de andar rápido e utiliza a moto ao longo de todo o ano. O controlo de tracção é rápido e o desempenho do ABS em curva é muito eficaz, o que nos transmite uma enorme confiança.

Recordo-vos que não falámos da versão “big tank” ou adventure. Se não precisam da versão Adventure, pouparão cerca de 3.500€. Se o vosso objetivo para esta moto são grandes viagens, então vale a pena investirem na “big tank”, tem mais 6 litros de capacidade e conseguem superar os 400 quilómetros de autonomia.

Já agora, quem alinha numa viagem de grupo pelos primeiros dias de outubro? Fiquem atentos e deixem-me os vossos comentários ao fundo do artigo.

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