No mundo dos carros clássicos, é impossível evitar aquele brilhozinho no olhar quando se vislumbra uma antiguidade restaurada de modo a devolver-lhe a glória de outrora. Como devem calcular, esse sentimento é ainda mais profundo quando o carro clássico em questão é uma verdadeira raridade. Portanto, preparem-se para ficar emocionados: o restauro de que vamos falar é o de um carro do qual foram produzidas poucas mais do que uma centena de unidades — o Ferrari 250 GT California Spyder.
O facto de este ser um carro extremamente raro, coloca os donos numa posição difícil: cada quilómetro de estrada significa uma desvalorização desta autêntica peça de museu. O 250 GT California Spyder é tão raro que chega a atingir as dezenas de milhões de euros quando aparece em leilões na sua forma original. Portanto, restaurá-lo está praticamente fora de questão — o cuidado com estes carros é tanto, que desfazer o trabalho original de fábrica implica uma potencial perda de milhões mais tarde.
Mas nem todos os California Spyder são tão sortudos… A oficina britânica GTO Engineering conseguiu colocar as mãos num exemplar impossível de salvar e de manter idêntico ao dia em que saiu da linha de montagem. O resultado foi impressionante: O California Spyder Revival manteve a aparência do clássico, mas trouxe-o para o século XXI.
No total, a oficina demorou 1500 horas, repartidas ao longo de 18 meses, a reanimar este California Spyder. Desde carroçaria a mecânica e a eletrónicas, a oficina tratou (quase) de tudo — os interiores e a pintura foram delegados a outras oficinas mais experientes. Todo o trabalho feito respeitou as linhas originais da Ferrari, mas algumas partes foram adaptadas à época, de modo que o carro seja menos frágil do que o mesmo carro de 1960.
A oficina oferece ao proprietário do modelo original um leque vasto de escolhas para o seu novo California Spyder. Podem-se escolher as cores do interior e a pintura exterior, um motor de três ou de quatro litros, o tipo de caixa (quatro ou cinco velocidades, ou ainda uma caixa de competição), o tamanho das rodas, o tipo de embraiagem e extras, como, por exemplo, uma entrada USB para carregar o telemóvel.
O resultado é fenomenal: um carro que, ainda que pareça totalmente preservado desde 1960, comporta-se como um supercarro mais atual, capaz de chegar aos 100 Km/h em apenas seis segundos e com uma velocidade máxima de 240 Km/h.
Os interessados necessitam de ter um Ferrari 250 GT California Spyder… e muito dinheiro de parte. Dependendo das opções escolhidas e do estado de conservação do carro original, os valores começam nos 850 mil euros, mas depressa podem chegar ao milhão. Sempre é mais barato do que comprar um em leilão…
Vejam as fotos: