CINEMA POR MIGUEL MONTEIRO | OS PRIMEIROS DO ANO

São os primeiros prémios do ano numa louca maratona que vai durar até aos Óscares. Primeiro são os grupos de críticos. Depois chegarão os Globos de Ouro. E finalmente os prémios dos Sindicatos de cada área.

Se os Globos ou os prémios dos Sindicatos dos Actores, Realizadores e Produtores podem dar alguma indicação de quem vai vencer na sempre imprevisível noite dos Óscares, o mesmo não se pode dizer dos prémios anunciados esta semana.

Têm a sua importância no mercado, os grandes nomes aparecem sempre para os receber, ficam bem em qualquer curriculum, dão muita promoção, mas pouco mais. Michael Keaton, Matt Damon, Ridley Scott, Sylvester Stallone ou Kristen Stewart são alguns dos que para já têm bons motivos para sorrir. Para já…

O primeiro destes grupos a anunciar os seus vencedores foi o National Board of Review, fundado em 1909 e composto por figuras ligadas ao cinema, à crítica, ao ensino da Sétima Arte.

O Melhor Filme do ano foi “Mad Max: Estrada da Fúria” com Tom Hardy e Charlize Theron, mas George Miller não recebeu o prémio de Melhor Realizador.

Charlize Theron Mad Max

Esse foi para Ridley Scott com o seu “Perdido em Marte”. Por este mesmo filme, Matt Damon ganhou o prémio de Melhor Actor. A Melhor Actriz foi Brie Larson por “Room” e os secundários foram dois nomes consagrados mas que andam sempre arredados destas andanças: Sylvester Stallone por “Creed: O Legado de Rocky” e Jennifer Jason Leigh por “The Hateful Eight” de Quentin Tarantino. Curiosidade: Rocky Balboa, a personagem criada por Stallone em 1976, regressa agora como professor de pugilismo, longe do fulgor de boxeur de outros tempos, naquela que a crítica já considera a melhor interpretação da carreira do actor.

Da restante lista de distinguidos, destaque para Tarantino considerado o melhor argumentista de 2015. Os restantes vencedores estão aqui

Despachados estes prémios na terça-feira, chegaram os New York Film Circle Awards na quarta. Com outro elã, com outra consideração no meio, os vencedores são distinguidos pela elite da crítica cinematográfica de Nova Iorque. Uma vitória aqui tem outro sabor… E o dia não podia ter corrido melhor a “Carol” de Todd Haynes, protagonizado por Cate Blanchett e Rooney Mara: Melhor Filme do ano, Melhor Realizador, Argumento e Direcção de Fotografia. O triunfo total de um filme que já vinha a conquistar os especialistas desde o Festival de Cannes.

Cate Blanchett Carol

Nas categorias de interpretação, não houve repetentes em relação ao National Board of Review. Para a crítica de N.Y. Michael Keaton prossegue a sua redenção iniciada em 2014 com “Birdman” e é o Melhor Actor pelo filme “Spotlight”. Saoirse Ronan ultrapassou as muito faladas Blanchett e Mara e conseguiu o prémio de Melhor Actriz.

Também Stallone perdeu e a vitória na categoria de Melhor Actor Secundário foi para o veterano dos palcos Mark Rylance por “A Ponte dos Espiões” de Steven Spielberg. Vencedor de três Tonys na Broadway e dois Olivier Awards em Londres, Rylance tem sido apontado como um favorito ao Óscar.

Kristen Stewart, que no início do ano fez história nos Césares da Academia Francesa de Cinema ao tornar-se na primeira actriz americana a vencer o prémio de melhor secundária, voltou a ganhar e pelo mesmo filme: “As Nuvens de Sils Maria” de Olivier Assayas. A lista completa está aqui

Domingo será a vez dos críticos de Los Angeles revelarem a sua lista de vencedores e quarta-feira chega o primeiro grande dia para os actores: O Sindicato da classe anunciará os seus nomeados nas categorias de cinema e televisão para os SAG Awards. Quinta dia 10 será a vez da Imprensa Estrangeira de Hollywood anunciar os candidatos aos Globos de Ouro. E está lançada a corrida para os Óscares marcados para 28 de Fevereiro.

Miguel Monteiro
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