Rapaziada, esta semana o Rui Pedro Tendinha recomenda duas opções essenciais para ultrapassar esta ressaca de ansiedade pós eleições… primeiro o cinema português “Donzela Guerreira” com caução literária e um novo vício, a série inglesa “Roadkill”, com um enorme Hugh Laurie.
Roadkill, de David Hare (HBO Portugal)
E numa altura em que os líderes políticos populistas estão na moda, David Hare, argumentista de As Horas e O Leitor, oferece-nos esta série sobre um Ministro inglês com uma dupla vida. Feito com um requinte muito “british”, Roadkill é uma engenhosa teia de peripécias sobre jogos de poder e falha de carácter. A série está tão bem escrita que tem magnetismo sobre o espetado capaz de nos fazer ficar colados a todos os episódios.
Tudo fica ainda mais imperdível quando o protagonista é esse grande ator, Hugh Laurie, aqui num registo nos antípodas do que fez como dr. House.
Donzela Guerreira, de Marta Pessoa (nos cinemas)
Estamos na Lisboa dos anos 1950 e seguimos a libertação de uma mulher, Emília, uma escritora que desafia convenções e sozinha trilha um caminho no meio literário, sobretudo depois de um noivado falhado. Esta Emília, criada pela cineasta Marta Pessoa, é uma composição imaginada do espírito de Irene Lisboa e de Maria Judite Carvalho.
Surpresa agradável feita de imagens de arquivos e do som das palavras da literatura, Donzela Guerreira é uma experiência narrativa diferente. Mais um exemplo de bom cinema português, desta feita com uma liberdade poética exaltante…
