Há poucas coisas que não esperamos sentir quando conduzimos um carro, uma delas é saber que o queremos comprar ainda que seja menos potente que muitos outros que já testámos. A sensação de conduzir este Range Rover Sport P400e PHeV está bem acima das expectativas.
Diria que é um no brainer quando se tem 100.000 € no bolso e queremos comprar um carro. No Range Rover podemos encontrar conforto, luxo, design, inovação, capacidades off-road e fica tão bem nas ruas de Nova Iorque como nas highlands escocesas a caminho de uma caçada. Digam-me lá outro carro que aguente isto tão bem.
A Land Rover foi inteligente na sua decisão de não mexer no design do carro para reforçar que é um híbrido plug-in que ali está à nossa frente, a porta lateral que habitualmente vemos nos modelos deste segmento não existe neste Range Rover, tendo a marca optado por colocar a porta de entrada de carga de energia na grelha da frente, por baixo do símbolo, mantendo as linhas simples (cof! cof!) e clássicas do modelo. Pela experiência que tive, diria que até se torna mais fácil ter o carregamento pela frente do que pela lateral dianteira ou até traseira já que no caso de termos estacionamento livre de delimitações, podemos apontar a frente para junto da fonte de carga, tornando assim mais práticas as manobras com o cabo de alimentação.
A questão que se coloca sempre que apresentamos um híbrido é “qual a sua autonomia” e “quando ativa o motor de combustão”. Respondendo a estas questões que deverão ter desde o momento em que abriram o artigo que lêem, digo-vos que poderão facilmente conduzi-lo sem accionar o motor de combustão durante 45km, a uma velocidade de até 85 km/h. Em absoluto silêncio. Quase parece aquela mentira do spot publicitário em que tudo é bonito lá dentro, silencioso, que nos sentimos super elegantes a conduzi-lo. E neste caso é verdade. Adoro este carro!
Mas afinal que motor tem esta maravilha? Podem achar que um 2 litros com todo este peso não se vai portar bem mas desenganem-se, os 296 cavalos ajudam a que se mexa bastante bem em qualquer cenário e sem impacto nos consumos, nos 250km que fiz entre Lisboa e o local em que fiquei no Algarve, a andar relativamente bem, fez um consumo de 10,5 litros o que não é nada de mais para um carro com um volume destes. No arranque tem sempre a ajuda do motor elétrico, é certo, e em viagem é uma delícia de se conduzir, numa posição mais elevada e com o conforto que a Range Rover nos habituou. Os modos de condução que já vêm em todos os modelos, servem para ajudar quando metemos o carro em diferentes situações de condução e, tendo a marca por base um todo o terreno e toda a história, não podia deixar de parte a possibilidade de condução e o comportamento exímio em cenários mais agressivos de lama ou inclinações que nos parecem mais impossíveis.
Voltando ao spot publicitário de falsas sensações – se já se sentaram num Range Rover reconhecem de imediato a ironia -, atravessar uma serra fora de estrada com este conforto, luxo e detalhe no interior é também uma ironia. E uma delícia. É o carro da família real britânica, o que dizer mais?
FICHA TÉCNICA
Motor: 2.0 + eléctrico
Cilindrada: 1 997 cc
Potência máxima: 404cv
Binário máximo: 400Nm/ 1500-4000 rpm
Velocidade máxima: 220 km/h
0 a 100 km/h: 6,7 s
Consumo médio: 3,3 l/100km
Emissões de CO2: 74g/km
Preço desde: 94.570,90€