Costuma dizer-se que em equipa que ganha não se mexe, por isso há certas combinações que podem parecer comuns e sobreutilizadas, mas que o são por uma razão. A intersecção da natureza com o industrialismo man-made é uma dessas parelhas que cai quase no cliché, mas que evita o ridículo pois, por mais que seja utilizada, simplesmente funciona. Este Loft na floresta (Loft in The Woods, no nome original) é mais um desses projetos que combina o moderno com o natural — mas, e tal como seria de esperar, fá-lo excessivamente bem.
Sarah Habib concebeu o Loft in the Woods como um espaço excêntrico, onde o modernismo e o minimalismo coexistem com formas e estilos aparentemente divergentes. As cores predominantemente neutras reforçam a sensação industrial do espaço aberto e servem de contraste à enorme floresta exterior, e que se encontra sempre presente através das enormes janelas do loft.
Este contraste, juntamente com o plano aberto do loft, impõe o modernismo ao mesmo tempo que dá à habitação um ambiente calmo e sofisticado. O Loft in The Woods torna-se imediatamente numa casa aspiracional, cravando-se firmemente no conceito contemporâneo de sucesso, em parte também devido à sua mobília minimalista de alta-qualidade.
A habitação de um só quarto, localizado numa plataforma sobre a cozinha aberta, com varanda para a sala, aposta também num contraste interno: apesar de ser impossível escapar ao industrialismo de todo o projeto, a sala de estar, o espaço privilegiado do Loft in The Woods, consegue ser mais acolhedora do que o quarto ou a cozinha. Os tapetes, a iluminação e a decoração, assim como a presença de uma lareira (mesmo que seja digital), dão a esta divisão uma maior aparência de conforto, menos impessoal do que o resto do loft.
Porém, e apesar de ser uma máquina bem oleada naquilo que diz respeito à arquitetura contemporânea, o Loft In The Woods tem um problema principal que, embora possível de resolver, é suficiente para desmotivar quaisquer potenciais inquilinos: não é real. Este é um projeto meramente digital, criado em Autodesk pela designer Sarah Habib. Uma observação cuidada das fotografias revela-nos o truque, mas, enquanto prova de conceito, é suficiente para exigirmos que se torne num sítio real onde possamos viver.
Deixavam-se enganar por esta casa? Vejam as fotos: