Para um fim-de-semana de confinamento, Rui Tendinha aposta no cinema em casa. Entre a vertigem de Padrinho e a dor de uma mãe. Um fim-de-semana em cheio.
O Padrinho, de Mario Puzzo, Epílogo- A Morte de Michael Corleone, de Francis Ford Coppola (VIDEOCLUBE da NOS)
São subtis as diferenças deste “novo” Padrinho em relação ao original, mas sobra sempre o prazer sensorial de mergulhar numa saga com ressonâncias míticas, num conto de maldição e amor que nos ensina como é perigoso morrer por dentro antes de morrer por fora. O fatalismo lírico de Coppola continua a ser perene e quem descobrir pela primeira vez a vertigem de Al Pacino nesta tragédia tem aquilo que os americanos chamam de “treat”.
Pieces of a Woman, de Kornel Mundroczó (Netflix)
Um estudo sobre a perda de um filho num parto natural caseiro e as consequências devastadoras nos meses seguintes para o jovem casal Pieces of a Woman não tem sistemas, move-se sem uma clara ideia de avanço cronológico dos acontecimentos e assume uma fragmentação quase abstrata do tom trágico da história. O filme é um exemplo de como a Netflix é capaz de apostar num cinema para adultos, sério e “arty”. E está aqui uma das maiores favoritas para melhor atriz nos Óscares de 25 de abril, Vanessa Kirby…