Foi com tristeza que todos recebemos a notícia da morte do Paulo Gonçalves durante a prova do DAKAR. Nunca o conheci pessoalmente mas reconhecia-lhe mérito profissional inquestionável e,sobretudo, ser uma pessoa incrível incapaz de colocar a competição à frente da suas qualidades humanas.
Li esta notícia no DN já há umas horas e passo para aqui a parte que mais me sensibilizou.
TF
“A paixão pelas motas nasceu cedo, na oficina do pai e depressa se converteu em talento reconhecido nas corridas. Speedy – como era conhecido por causa da sua velocidade e numa analogia com o desenho animado Speedy González – iniciou a carreira desportiva em 1991, numa prova de Motocross 80cc. É considerado o expoente máximo do motociclismo em Portugal, depois de ter sido campeão do mundo de todo-o-terreno em 2013 e reconhecidopelo seu fairplay. Várias vezes desceu da mota em provas para auxiliar colegas que sofreram quedas. No Dakar 2016, assistiu Matthias Walkner numa queda em que este fraturou a clavícula e o fémur.
O austríaco Walkner era apontado como um dos favoritos à vitória nas motos e, por isso, um adversário direto de Gonçalves, mas nem isso impediu o português de auxiliar o piloto da KTM. Paulo Gonçalves liderava a prova, neste dia 9 de janeiro, mesmo assim optou por parar 10 minutos e 53 segundos. Não venceu o Dakar, mas o gesto valeu-lhe o Prémio Ética no Desporto, do Instituto Português do Desporto e Juventude.
Um reconhecimento que nem sempre lhe foi prestado. Em 2012, tirou a mota do francês Cyril Despres de um lamaçal, ficando com a sua enterrada de seguida e entregue à própria sorte. Despres montou a mota e seguiu sem agradecer o auxílio ao piloto português, ganhando-lhe 15 minutos na etapa.”