Há poucas coisas piores do que uma sexta-feira em hora de ponta. Mas também há poucas coisas melhores do que uma sexta-feira, ponto. O amor pode não escolher idades, mas a amizade tem uma queda para escolher dias da semana – isto é, sexta-feira. Outra coisa que todas as amizades escolhem é aquele spot do costume, a hora de ponto de encontro, o baú das boas recordações, o antro aberto da reflexão sobre o passado e da projecção dos novos horizontes, o depósito solarengo dos desabafos tempestuosos. Felizmente, não vivemos debaixo da ponte, mas é lá que criamos boa parte das vivências. Até lá chegarmos, temos de atravessar o inferno citadino dos escapes a queimar, dos cruzamentos intermináveis, da pressa da saída inimiga da perfeição da chegada, do vermelho que nunca mais é verde, do tiquetaque, o tiquetaque, e o tiquetaque outra vez. Mas, depois do inferno, vem a bonança: à beira do ataque de nervos, surge o aperto de mão à beira-Tejo. Porque mesmo dentro da cidade existe o fora da cidade. É para lá que nós fugimos. Quando nos deixam.
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