Óscares 2016

Bons Rapazes Oscares 2016

Claro que vamos ter os “biopics” do costume. Desta vez é Michael Fassbender a fazer de Steve Jobs e Bryan Cranston a interpretar o papel do argumentista Dalton Trumbo. Vamos ter os filmes de animação e os filmes da Marvel. 2015 será o ano do regresso de “Star Wars” pela mão de J.J. Abrams e do novo James Bond outra vez com Daniel Craig. Joaquin Phoenix estreia-se no universo de Woody Allen com “Irrational Man” e teremos, claro, Meryl Streep, desta vez em guitarrista no filme “Ricki and the Flash” de Jonathan Demme. Ainda falta Cannes, Veneza e Toronto e ainda falta Portugal receber a obra-prima que todos esperam de Miguel Gomes, “As 1001 Noites”. Mas no mercado americano, ainda Neil Patrick Harris não começou as férias nem os cenários foram todos desmontados no Dolby Theatre, e já se fazem apostas para os Óscares do próximo ano. Aqui vão algumas…

 

THE REVENANT

Alejandro Gonzalez Iñarritu nem teve tempo de estar em casa a contemplar os três Óscares que ganhou na noite de domingo. O realizador mexicano já sabe que vai ser um dos homens que será o centro de todas as atenções de Hollywood neste ano de 2015. E não é por causa de “Birdman” nem da sua estrondosa vitória. É por causa daquilo que todos os vencedores de Óscares mais temem: o filme que se segue.

É que Iñarritu está a finalizar “The Revenant” com Leonardo DiCaprio e Tom Hardy, rodado no Canadá, escrito por si e por Mark L. Smith, uma história que nos leva ao Oeste americano do século 19. A direcção de fotografia é uma vez mais assinada por Emmanuel Lubezki e a data que o estúdio escolheu para a estreia faz já adivinhar que este vai ser um filme para estar na corrida a todos os prémios do próximo do ano: o simbólico dia de Natal, um dos dias mais importantes para as estreias cinematográficas nos Estados Unidos.

SILENCE

Dois anos após “O Lobo de Wall Street”, Martin Scorsese consegue finalmente concretizar um velho sonho: levar ao cinema “Silence”, a história de dois jesuítas portugueses, o Padre Sebastião Ferreira e o Padre Rodrigues e da sua viagem através do Japão do século 17. Scorsese e o argumentista Jay Cocks escreveram uma primeira versão do argumento no final dos anos 90, mas o realizador não conseguiu financiamento para o filme. Ao longo dos anos, nomes como os de Daniel Day-Lewis, Gael Garcia Bernal e Benicio Del Toro chegaram a ser dados como certos para esta produção, mas agora que finalmente o filme está a ser rodado em Taiwan, o elenco final é composto por Liam Neeson no papel de Padre Ferreira, Andrew Garfield como Padre Rodrigues e Adam Driver como Padre Francisco.

O filme vai ser montado pela colaboradora de sempre Thelma Schoonmaker, vencedora de três Óscares por três filmes de Scorsese, a banda sonora composta por Howard Shore, que já tem duas duas estatuetas douradas em casa, fotografia é de Rodrigo Prieto e a cenografia é de Dante Ferretti (três Óscares) e Francesca Lo Schiavo (outros três). Ninguém ficará admirado se daqui a um ano estes números aumentarem.

KNIGHT OF CUPS

“Knight of Cups” é o primeiro dos dois filmes que Terrence Malick vai estrear ao longo de 2015. Este primeiro foi lançado no Festival de Berlim e recebido com críticas longe de qualquer entusiasmo. O lado visual do filme foi muito elogiado. Todo o resto, nem por isso… Mas Malick é um dos grande do cinema americano, um recluso que entre 1973 e 2004 fez apenas quatro filmes e que desde 2011 começou a filmar sem parar.

Em “Knight of Cups” vai até Los Angeles contar uma história centrada num argumentista e reuniu no elenco nomes como os de Christian Bale, Natalie Portman, Cate Blanchett, Antonio Banderas ou Freida Pinto. A estreia comercial nos Estados Unidos está prevista para Dezembro, mesmo a tempo das campanhas para os Óscares.

Caso este filme falhe, Terrence Malick tem um outro ainda sem título, passado no Texas, com obsessivos triângulos amorosos como protagonistas e com um elenco em que repete Bale, Portman e Blanchett e ao qual junta Michael Fassbender, Rooney Mara e Ryan Gosling. Este segundo não tem ainda data de estreia.

ST JAMES PALACE

Saudades de uma cerimónia de Óscares sem Steven Spielberg? Talvez ele esteja lá sentado no Dolby Theater daqui um ano com o seu filme de espiões “St. James Palace”, protagonizado por Tom Hanks. Hanks interpreta o papel de um advogado recrutado pela CIA em plena Guerra Fria. Suspense à antiga e boa forma de um realizador que andado mais entretido com produção que com realização e de quem já não vemos filme nenhum desde “Lincoln” há três anos. Amy Ryan e Alan Alda estão no elenco, talvez apareçam nas nomeações dos secundários. E a equipa técnica tem a habitual marca de qualidade Steven Speilberg. Exemplos? A banda sonora é de John Williams (5 óscares, 41 nomeações!), montagem de Michael Kahn (três Óscares todos com Spielberg), a fotografia de Janusz Kaminski (dois Óscares, por “A Lista de Schindler” e “O Resgate do Soldado Ryan”).

THE HATEFUL EIGHT

Porque Quentin Tarantino é sempre Quentin Tarantino, uma lista de potenciais candidatos aos Óscares do próximo ano não estaria completa sem o novo filme do realizador. Chama-se “The Hateful Eight”, leva-nos até aos tempos pós Guerra-Civil americana e reúne num impressionante elenco heróis das bilheteiras como Channing Tatum com nomes habituais do universo de Tarantino, como Samuel L. Jackson e Tim Roth, com grande figuras da Hollywood dos anos 70 como Bruce Dern ou Kurt Russell. E como presente, a maravilhosa Jennifer Jason Leigh. Estreia marcada na América para 13 de Novembro.

JOY

Para finalizar, três das mais queridas figuras da Hollywood dos nossos dias juntas de novo: Bradley Cooper e Jennifer Lawrence num filme realizado por David O. Russell. Depois de “Guia para um Final Feliz” e “Golpada Americana”, em “Joy” nem falta o quarto elemento deste grupo, o veterano Robert De Niro, para dar sorte a esta história de uma mãe solteira que se torna numa mulher de sucesso. Um papel à medida de Jennifer Lawrence que, apesar de ainda ninguém ter visto o filme, já muitos falam como sendo uma das favoritas ao Óscar de Melhor Actriz. Estreia marcada também para o simbólico 25 de Dezembro.

 

Miguel Monteiro