As coisas da Angelina…
Antes de mais devo lembrar que a inveja é coisa feia. Ok?
Agora vamos ao que interessa, uma conversinha sobre a Jolie. Com muita pena minha, tive apenas quatro oportunidades de conversar com Angelina Jolie e estar a um palmo de distância da atriz. Já a apanhei na sua fase mais serena, menos rebelde, mais dedicada ao papel de mãe e ativa embaixadora da UNICEF.
Angelina é alta e bonita, mesmo muito bonita. Fala calmamente e fita o entrevistador com aqueles olhos grandes e transparentes, de um verde-azeitona desconcertante. No tempo de liceu chamavam-lhe a “Catwoman”. O seu olhar só não me intimida, confesso, porque passo todo o tempo das entrevistas a tentar perceber se aqueles lábios são naturais ou moldados pela magia do silicone. Nunca cheguei a nenhuma conclusão, mas quero acreditar que são mesmo naturais.
A conversa nunca foi ao ponto de ela mostrar o umbigo, mas é a própria a confirmar que tem gravado à volta, em letras pretas, a frase “Querem domesticar os rebeldes”. São palavras de Tennessee Williams, a quem certamente não passou pela cabeça aquele destino improvável do que escreveu. Nunca lhe perguntei por essa tatuagem mas no meu arquivo de recortes, revisitados para a pesquisa destas crónicas, encontrei sublinhado numa entrevista à “Variety” a escolha dessa frase que o Brad Pitt já terá lido vezes sem conta. Diz a Angelina: “É como uma oração em nome de todos aqueles que têm medo de se apresentar descalços diante do mundo, livres para gritar a plenos pulmões aquilo que lhes vai no espírito. O meu desejo é que toda a gente tenha coragem de ser totalmente feliz. Gosto que as pessoas se sintam vivas”.
Apesar da rebeldia, do inconformismo e das afirmações que já abalam na juventude os alicerces mais conservadores de Hollywood, Angelina exerce na indústria cinema um encanto e um poder invulgar. Ela não brinca em serviço, disse-me com graça uma vez: “ Eu acordo pela manhã a pensar que esse poderá ser o meu último dia, e por isso vivo ao máximo cada dia que passa. Nos filmes escolho as personagens pela força que me transmitem e sinceramente não acredito que um ator ou atriz, deva fazer um papel que não tem nada a ver com a sua pessoa. Como sinto em mim algo que é diferente, são personagens diferentes e diversificadas que procuro”.
De adolescente rebelde passou a mulher de causas. A noticia da mastectomia recentemente deixou a Hollywood de plástico com a “cara à banda”. Uma coisa é certa…está linda, mais do que nuca e como se viu recentemente nos Óscares, o marido, O Brad emociona-se quando a vê a brilhar.
Mário Augusto