Madeira, dia 1

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22º em Novembro, mangas de camisa. Começou muito bem.
Ficámos a dormir no Funchal e na noite anterior, apesar de termos chegado por volta da meia-noite, ainda deu para beber umas Coral. A viagem é curta mas chegámos cheios de sede e não perdemos tempo: 4 rodadas, um shot da casa e fomos dormir.

Mochila às costas, máquinas carregadas e com o André à nossa espera à porta do hotel, decidimos ir ao Seixal conhecer a casa da família onde iríamos aproveitar para provar um Verdelho de 1983. Vamos avançando no caminho, passamos por Camara e Lobos e desistimos de subir para o Cabo Girão por causa do nevoeiro que não nos ia deixar ver nada.
É meio-dia, cedo, e a coisa promete. Atravessamos boa parte da ilha onde, entre estradas de montanha e vias rápidas cheias de túneis, encontramos spots incríveis em que o sol rasga por entre as montanhas preenchendo as faces que nos fazem sacar repentinamente das máquinas a cada curva. Parecíamos insuportáveis junto a um André com a energia de uma ressaca.

Chegamos ao Seixal, aldeia com por volta de 600 moradores, casas distribuídas pela encosta e uma vista I N A C R E D I T Á V E L! Marquei mentalmente umas férias de 15 dias naquele sítio. Praia com areia, paz, montanha, e um sem fim de sítios brutais para percorrer em volta. Focados na vista, parece quase cenário do Lost, mas não nos apareceu a Evangeline Lilly mas sim a simpática tia do André, senhora com cerca de 70 anos e uma lucidez e curiosidade de fazer inveja. Não é à toa que nos recebe e pergunta de onde vimos, quando chegámos e qual o objectivo da viagem, de forma entusiasmante própria de quem quer partir dali para proporcionar a melhor estadia possível. Transporta-nos directamente ao que íamos: a adega – ou loja, como se chama por aqui. Avançamos para a prova de um Verdelho de 1983 com o rigor e tradição da casa: beber a apreciar, com a calma que o momento merece, e não deixar cair uma única pinga no chão. Assim fazia questão que fosse o avô do André, e produtor do vinho, de seu nome Manuel Eugénio Fernandes. Este é um vinho produzido utilizando o método tradicional de envelhecimento em canteiro. A designação “canteiro” é atribuída às traves colocadas no chão dos armazéns que suportam os cascos empilhados. A bateria de cascos empilhados também recebe o mesmo nome. O “canteiro” de cascos é colocado na parte superior dos armazéns, muito próximo do telhado e, portanto, com pouco isolamento, para que possa usufruir do calor que aqui se acumula e beneficiar do efeito da estufagem. O clima sub-tropical da ilha da Madeira é o ideal para este tipo de processo de maturação. Outra curiosidade é que o processo de maturação que utiliza o calor, resulta de uma tentativa de simulação das condições a que os vinhos eram sujeitos nas suas longas travessias oceânicas até às “West Indies”, durante as quais os cascos de vinho da Madeira passavam duas vezes os calores da linha do Equador.
Foi bom, foi tão bom que decidimos registar convenientemente em vídeo.

Arrancamos de regresso ao Funchal pela mesma estrada mas não sem antes cumprirmos a promessa de parar na Taberna da Poncha. 12 horas de estadia e cheios de promessas, estes gajos… A outra era a espetada que, claro, também foi cumprida. Mas a Taberna… O André avisou que era um sítio castiço, e era mesmo disso que andávamos à procura: cascas de amendoim no chão, copos à homem e, mais uma vez, as montanhas de fundo para quem quer fumar um cigarro cá fora enquanto se delicia com a poncha. É bom, pá. É bom p’ra caraças! Mas imaginem a nossa viagem a descer a montanha depois deste roteiro… Salvou-nos a tarde um óptimo almoço de espetadas de novilho, com a companhia de: bolo do caco, milho frito, batatas fritas com tomilho, salada mista e finos para a coisa não esmorecer.

Almoço feito, e bem feito, segue-se uma volta pelo Funchal onde vamos, finalmente, conhecer a zona velha que é o que de melhor a cidade tem. A zona mais recente, onde se localizam a maioria dos hotéis, tem o interesse de uma praia da Oura com a sua construção desgovernada onde nem a beleza natural que conseguiriam ter foi aproveitada. Mas não o vemos em tantos sítios por esse país fora? É pena. Já na zona velha, conseguimos conhecer realmente e perceber as raízes do Funchal, onde se notam as influências britânicas na sua arquitectura e organização.

Hotel e descanso, que já há programa para jantar!

PT e TF

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