O vinho e a rolha de cortiça são amigos de longa data e, apesar de existir um belo jogo de cintura para a substituir, ninguém a destrona.
A cortiça passa por um longo e paciente processo e, mesmo que inconscientemente, sentimos isso. Tem história, cultura e é um elemento que serve o seu propósito como nenhum outro. Extraída dos sobreiros no momento certo e curada em ambiente controlado, desde a sua extração à sua comercialização podem ir uns 2 anos. Sabiam disto? E é impressionante como a rolha consegue ocupar até as marisas mais irregulares – o gargalo, entenda-se. Marisas irregulares devem ser, de facto, difíceis de ocupar. Mas não teríamos como saber.
Efetivamente, a rolha oferece-nos uma vedação elástica e flexível e, mesmo perante diferentes temperaturas, mantêm-se funcionais. Os vedantes do género screw cap, por sua vez, não oferecem um isolamento tão elástico e com tanta longevidade. Sim, funcionam muito bem mas apenas para vinhos que não visam envelhecer. O isolamento fatalista não permite trocas de ar e o vinho evolui nesse vácuo, acabando por criar compostos que alteram a qualidade do mesmo. Nem a rolha de silicone faz jus à de cortiça, uma vez que não permite rolhar de novo.
Podemos ser suspeitos mas a cortiça é o melhor material para vedar o vinho. Por cá não corremos riscos. Chamem-nos fundamentalistas.