Num espaço de menos de duas semanas, piscámos duas vezes o olho às Catskill Moutains, no sul do estado de Nova Iorque, EUA. A primeira foi com o projecto “Hudson Woods“. Mais uma vez, temos aqui a prova de que Nova Iorque é muito mais do que um emaranhado de arranha-céus, carros e confusão. É que estas Catskill Mountains parecem esconder verdadeiros tesouros, tanto de origem natural como humana. Neste artigo, temos um bocadinho dos dois. Primeiro, o reservatório de Ashokan, e toda a fauna e flora que o rodeiam: falcões, raposas, veados, ursos-negros, carvalhos, abetos e bétulas. Depois, a obra humana insere-se neste cenário pelas mãos do arquitecto Jay Bargmann, do estúdio Vinoly, e podia muito bem aparecer num filme do 007.
Vista de fora, a Shokan House mais parece um pavilhão. Para além dos enormes painéis envidraçados, intercalados com grandes vigas de aço, que lhe dão uma estética extremamente industrial, não é qualquer residência que tem quase 600 metros quadrados. Parece quase um paradoxo construir-se algo tão cosmopolitano no meio do nada, mas esse é mesmo o ponto mais forte da Shokan House. Tanto que, se repararem bem no interior, está praticamente despido, reduzido ao essencial, porque o que interessa está lá fora. De certos ângulos, e em determinadas alturas do dia, as fachadas da Shokan House mais parecem um prolongamento do céu, das nuvens e das árvores que reflectem com grande realismo. De qualquer das maneiras, uma biblioteca dentro de casa e umas boas cadeiras para nos esticarmos a ler também são uma tentação.