Quem acompanha com frequência o Bons Rapazes sabe que nos fartamos (embora nunca nos fartemos literalmente) de falar de aventuras. Mas, melhor ainda do que falar delas é mesmo vivê-las – disso não tenham dúvidas. A nossa aventura na Escócia durou quatro dias, de 18 a 21 de julho. Soube a pouco, claro. Muito mais havia para ver, experimentar e sentir. Mas, ainda assim, voltámos com a mala cheia de histórias bonitas, aprendizagens consolidadas e fotos incríveis, que vamos partilhar convosco ao longo desta semana. Vão ficar ao pormenor a Land of Chivas Regal.
No artigo de hoje, falamos um bocadinho sobre o povo escocês.
Falar sobre a população de um país onde estivemos tão pouco tempo implica, necessariamente, fazer generalizações. Como devem calcular, não tivemos tempo para conhecer mais de 5 milhões de pessoas. Agora, o que podemos garantir-vos é que aquelas que conhecemos foram cinco estrelas (sim, numa escala de 0 a 5). Contrariamente ao preconceito que existe relativamente aos ingleses, por exemplo, da parte dos escoceses não recebemos qualquer frieza ou arrogância.
Entre recepcionistas do hotel, taxistas, empregados de balcão e meros transeuntes, só encontrámos gente simpática, educada, prestável e bem humorada. Recorrendo a uma expressão inglesa, os escoceses foram totalmente easygoing connosco. Mesmo que não déssemos muito troco, eles continuavam a puxar conversa. Para eles, todos os assuntos se resolviam de forma simples: “No worries, mate“. Para eles, estava sempre tudo bem, o que é surpreendente, já que a meteorologia lhes dá boas razões para amuar. Uma coisa que nos deu um gozo enorme foi receber de quase todos eles os parabéns pela vitória no Euro2016. Não é que sejam muito dados ao futebol. Houve quem nos dissesse que o desporto com maior número de adeptos por lá é a pesca, e não o rugby, como se pensa. O salmão é o alvo preferido.
Aqui vão dois fun facts. 1 – Os escoceses (quase) não fumam. Ou melhor, deixaram de fumar a partir do momento em que foi para a frente a lei que proíbe que se fume em espaços fechados. A nós portugueses isso não nos chateou muito, porque fumar na rua continua a ser uma boa opção. Já para eles a história é bem diferente. 2 – As mulheres escocesas andam (quase) sempre aos pares. Foi um fenómeno estranho, e ainda assim divertido, de observar.
Guardámos a parte menos boa para o fim. Depois de tantos elogios, não podíamos deixar de fazer um pequeno reparo ao scottish accent. Ao fim de meia hora a ouvi-los, é difícil não ficarmos com dores de cabeça. Aquilo tem alturas em que parece mais alemão do que inglês. Primeiro, porque acentuam os “érres” de uma maneira assustadora. Depois, a palavra “about” (que estamos habituados a ouvir como “abáut”) é pronunciada como “abôt”, e a palavra “cow” (que estamos habituados a ouvir como “cáu”) é pronunciada como “quéu”. E o pior de tudo é que falam a 180km/h. For God’s Sake, people!
Fotografias: Salvador Colaço
