Tem “Budapeste” na história mas felizmente, ou não, não estive dentro de nenhum filme do Wes Anderson nem na companhia de Bill Murray, Edward Norton ou Willem Dafoe. Foi na companhia do meu bom amigo Luis Pedro Nunes que parti nesta viagem e se me perguntarem, digo-vos preferia levar a pequena Saoirse Ronan. Foi o que calhou.
Acabo de me sentar no lobby do hotel em Budapeste onde se juntam vários grupos a falar do fim de semana tremendo que foi. Uma vez por ano, a Hungria recebe o desporto Rei do automobilismo e estes dias foram de festa valente por toda a cidade.
Que se desengane quem pensa que a Formula1 já não se vive como, pelo menos eu, me recordo de a viver nos anos 90, com histerismo em frente à TV acompanhado de umas sonecas ao som dos carros a passar enquanto aguardávamos que o Senna ganhasse mais um GP. Grandes domingos em família se faziam lá em casa.
Húngaros, alemães, suecos, italianos, franceses, brasileiros, cruzei-me com tantas nacionalidades que os dedos das duas mãos não chegam para contar e por aqui se percebe a dimensão deste desporto. São milhões para movimentar esta máquina gerida pelo Bernie que por pouco não foi apanhado para uma foto com um bom rapaz – têm de ver a casa que é montada para o senhor nos circuitos europeus, é coisa de filme com direito a Maybach e polícia à porta. Isto na paddock!
Entusiasmados, arrancámos de Lisboa prontos a viver um fim de semana de homens em Budapeste, onde também se diz que os monumentos andam. Ou desfilam. A verdade é que só vimos monumentos em pedra, o que não nos distraiu do objectivo principal: os carros em pista.
Não estivemos com os atores do filme porque aqui os protagonistas sempre foram outros, os da pista e outros com quem nos cruzámos. Desde Niki Lauda, David Coulthard, Damon Hill e o Mr Bernie Ecclestone; estávamos no epicentro do evento onde tudo acontecia ali perto.
São milhares as pessoas em direcção ao Circuito de Hungaroring, a cerca de 20 km de Budapeste. O barulho, o cheiro a gasolina e a pneu sente-se à chegada assim como os arrepios. É coisa séria, aqui sente-se que é coisa séria. Cheira a caro com um staff de milhares de pessoas e Mumm a ser servido à descrição na área de convidados. Fora de zonas VIP vive-se a corrida de forma mais efusiva mas este é um convite irrecusável que todo o homem na terra devia poder viver pelo menos uma vez. Das coisas que tenho para fazer antes de morrer, esta está cumprida e bem cumprida. A sorte e o privilégio de poder experienciar a Formula1 junto à organização Allianz, parceiro global da F1, deu-nos outro conforto e proximidade das equipas de competição. Estávamos, literalmente, em cima do acontecimento com acesso à pit lane e à paddock. Passámos por todas mas entrámos na boxe da team Mercedes AMGF1 do Lewis Hamilton e Nico Rosberg com direito a espreitadela nos camiões da equipa. Estão a ver uma sala de cirurgias? A seguir a isso.
A prova foi entusiasmante como devem ter visto na TV. Hamilton vai na frente no quadro de pontuação mas ficou atrás logo na primeira volta, o que deixou os fãs da Ferrari (os maiores de F1!) loucos nas bancadas. Houve toques fortes com os homens da frente, saídas de pista do Hamilton, um incidente ao fundo da recta da meta que levou a uma limpeza de pista e a uma parada de 2 passagens dentro das boxes com o safety-car na frente. E mesmo por baixo de nós! No fim ganhou o Vettel que dedicou a sua vitória a Jules Bianchi…
Ganhámos também nós um fim de semana tremendo que fica guardado para a vida.
@Teixeira, da próxima tens mesmo de vir!
Com David Coulthard
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Bernie Ecclestone, o chefe da F1
Nikki Lauda no paddock
Damon Hill na Pit Lane enquanto aguardava uma entrevista
Bernie Ecclestone
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