Quem trabalha em Lisboa, há 2 semanas atrás viu a sua semana bastante mais curta. Meteram-se os feriados do 10 de Junho e o municipal de 13. Este ano sexta-feira 13! Nem me lembrei disso e estava desejoso por ela – ainda que me lembrasse não fazia diferença -, era só a sexta-feira que nos livra de “peso nos ombros”, esta sexta feira que nos tira a obrigação de atender chamadas ou responder às perdidas, a sexta feira que nos desculpa de não responder a emails “asap”. F*ck that.
Para os que não sabem, sou pai de uma miuda linda e marido de outra e este fim de semana ia ser delas, entre amigas pelo Algarve da praia e dos 40ºc. E disso já me chega em Agosto. Queria mais…
Fui à HMMotos (conheçam aqui), agarrei numa SUZUKI que andava para experimentar há já algum tempo e fiz-me à estrada. A moto era uma V-Strom 1000 – o modelo novo – 4 tempos, bicilindrica. Como qualquer big trail, é uma “mula”, como disse um senhor, com quem me cruzei na costa alentejana, quando se aproximou e se apercebeu dos seus 228 kg. Tinha várias hipóteses por lá mas para o fim de semana que estava a imaginar, que podia até meter campismo mas com toda a certeza uns fora de estrada na busca de praias mais desertas, uma big trail era a decisão mais acertada. E foi mesmo: quando comparada com outros modelos da concorrência mais apeterechados que carregam com elas suspensões mais desenvolvidas, esta V-Strom deixa perceber que lhe falta qualquer coisa, falta que se adapte às condições do terreno oferecendo maior conforto, até em auto-estrada, por exemplo, mas quando vamos para fora de estrada tudo muda e a ciclistica é perfeita para os caminhos de terra mais sinuosos ou até estradões da Costa Alentejana. Os consumos são bons com uns 5,4lt em viagem e uns 7.5lt em cidade, onde ela também se revelou e comportou muitíssimo bem. As linhas elegantíssimas saltam à vista e fizeram parar o trânsito algumas vezes.
Estava indeciso entre costa alentejana ou interior mas o calor que carregou o fim de semana ajudou-me a decidi, e optei por andar aos mergulhos Alentejo abaixo, com esta minha companheira de fim de semana. Que se desengane quem julga que fui sozinho, ela revelou-se uma óptima companhia e não precisei de muito mais. Saí de Lisboa e atravessei o rio Sado, de Setúbal a Tróia, de barco, onde até golfinhos vimos juntos. Começou um belo romance, logo nesta sexta feira 13. Enquanto nos olhávamos no barco, pensava na viagem que iamos fazer nos próximos dias, os dois, e, eis que toca o telemóvel: o Instagram denunciou-nos e uns amigos que paravam em Tróia ligaram a dizer que estavam por lá, a convidar para um mergulho. Assim teve de ser, e como não tinha grandes planos acabei por ficar, coisa que, já que havia churrascada e boa companhia, foi fácil de convencer – obrigado ao Caldas e à Filipa pela estadia!
No dia seguinte andámos pelas estradas belíssimas entre Tróia e Sines. Só os dois. Visitámos e almoçámos na Lagoa de Melides e mergulhámos na Lagoa de Santo André, só os dois. Estava tudo a correr tão bem, sem pressas, com um ambiente magnifico que só esta costa nos sabe oferecer, que me fui deixando andar ao sabor do tempo e do vento e não desci muito mais.
Recebo mais uma chamada: “man, hoje há patuscada combinada no Folha, na Comporta. Não podes perder, pá!”. Fomos às ameijoas, às navalheiras na chapa e à bulhão pato, à salada de polvo e terminámos no melhor Arroz de Navalheira que me lembro de comer. M E L H O R!
Foram dias bons, bons de tal forma que já ando a planear os próximos e a pensar na companhia que hei-de levar. Alguma sugestão?
TF