“Dão, o berço da Touriga Nacional e do Encruzado”, sempre ouvimos e lemos isto. Mas o Dão ou a Beira, como eu tanto gosto de chamar, não é só vinho.
Dizer que o Dão é a região dos melhores vinhos, será extremamente pretensioso e até injusto para os grandes vinhos que existem pelo país. Mas não mentimos, nem somos injustos, se dissermos que é uma região de vinhos elegantes de excelência, com características únicas e que fazem destes uma excelente companhia. São vinhos mais leves, frescos, com bom equilíbrio de álcool e acidez, características que lhes são conferidas pelas situação geográfica destas vinhas cultivadas em altitude, geralmente entre os 400 e 700 metros, em solos xistosos ou graníticos, protegidas dos ventos provenientes do Atlântico pelas serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela. Claro que não nos podemos esquecer do Rio Dão que dá o nome à região e que embeleza as paisagens dos vinhedos que terminam nas suas margens.
Serei eu suspeito para vos falar tão bem desta zona do país? Sou certamente o maior deles, ali nasci e cresci, mas na vez de me apontarem o dedo, pensem no que vos posso mostrar de bom e que poucos conhecem!
Mélange à Trois é um dos vinhos – ou marca, se preferirem – que surgiu nos últimos anos num Dão modernizado, mas com respeito às suas origens. Sabendo da minha ligação à zona que nunca recuso um bom Mélange à Trois, arranjaram este cúmplice de costas largas para fazer trocadilhos, e para vos mostrar um pouco do que podem e devem visitar na zona periféricas às vinhas de onde sai a dita “pomada”.
Não terão que ser grandes conhecedores para saberem que a zona de excelência do Dão se localiza entre Nelas, Mangualde, Penalva do Castelo, Gouveia e todas as zonas periféricas. Ora, quis o destino que fossem precisamente as zonas que eu melhor conheço e por isso mesmo vos trago um roteiro para ‘Dois dias no Dão, onde beber?’. Faria eu vida disto, já deviam saber pelo livro ‘Em Busca da Praia Perfeita’ que sou grande fã de atalhos e sugestões, há quem o chame curadoria. E o que fiz? Juntei-vos um programa cultural com um roteiro gastronómico que não devem perder. Não é uma lista completa de tudo o que a região vos pode oferecer, mas é uma lista digna de saírem a babar por mais e partirem vocês mesmos à descoberta numa próxima oportunidade.
Deixo já aqui o desafio para que os beirões ou não beirões e amantes do Dão se pronunciem e partilhem mais sugestões nos comentários deste artigo. Quem sabe não nos juntaremos todos em breve, por ali…
Podem seguir o Instagram de Mélange à Trois.
Saída de Penalva do Castelo
Onde ficar
Visita ao longo do dia
Santo Sepulcro – O Mosteiro do Santo Sepulcro ou Mosteiro das Águas Santas foi o primeiro mosteiro construído pela Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro em Portugal, situando-se na freguesia de Trancozelos, no município de Penalva do Castelo.
Do mosteiro resta a sua igreja dedicada a Santa Maria de Águas Santas de Vila Nova do Mosteiro.
O Mosteiro do Santo Sepulcro encontra-se classificado como Monumento de Interesse Público desde 2013.
Rio Dão – O rio Dão nasce na freguesia de Eirado, mais propriamente na Barranha, concelho de Aguiar da Beira, Distrito da Guarda e desagua no Rio Mondego, em plena albufeira da Barragem da Aguieira, nos limites dos concelhos de Santa Comba Dão, Mortágua e Penacova. Atravessa ou demarca ao longo de 92km os limites dos concelhos de Aguiar da Beira, Penalva do Castelo, Mangualde, Nelas, Viseu, Carregal do Sal, Tondela e Santa Comba Dão.
Barragem de Fagilde – Situada entre Penalva do Castelo e Mangualde, podem percorrer as estradas ao longo das suas margens direita ou esquerda. Se o tempo estiver convidativo, deem um passeio de gaivota e um mergulho na praia fluvial.
Mosteiro de Santa Maria de Maceira do Dão – O Real Mosteiro de Santa Maria, ou Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, localiza-se na povoação de Vila Garcia, freguesia de Fornos de Maceira Dão, município de Mangualde, no Distrito de Viseu, em Portugal. O Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão está classificado como Monumento Nacional desde 2002.
Restaurante O Valério – Mangualde – é um restaurante que dispensa apresentações aos locais. Comida de conforto da região, com doses honestas e de grande qualidade, são a companhia perfeita para um Mélange à Trois. Uma boa forma de dar o ponto de partida para a tarde.
O Patronato de Mangualde – uma instituição! Os pastéis de feijão são absolutamente imperdíveis.
Aldeia de Póvoa do Dão – energias repostas, sigam para a esta aldeia recuperada há alguns anos mantendo a traça original das casas e das ruas que percorrem esta pequena povoação. Um regresso ao passado.
Beber um Mélange à Trois – paragem também obrigatória ao final do dia. Estão na zona dele, têm que o beber condignamente dedicando-lhe tempo. E se possível, partilhem-no brindando com um bom grupo de amigos e siga para a próxima paragem.
Restaurante De Raíz – Viseu – Em cada momento, a confirmação do cariz familiar. Uma preocupação em ir à raiz do sabor e nos transportar nessa viagem, de constantes idas e retornos. Um olhar pelo passado, num brinde ao presente, para um regresso no futuro.
Chegada a Viseu
Onde ficar
Pousada De Viseu
Hotel Grão Vasco
Artigo patrocinado.