Talvez este seja o primeiro exclusivo real do Bons Rapazes. Ou mais importante. Talvez, por esta razão, devesse escrever EXCLUSIVO, assim, com letras bem grandes, tal como fazem os jornais da nossa praça. É que temos mesmo motivo para isso, esta é uma descoberta incrível, esta é parte da história de Portugal que foi descoberta num feliz acaso e nos deram a possibilidade de o mostrar.
Não faz sentido avançar muito sem antes vos explicar o que é o Sombras de Alguém, esse blogue da autoria do Filipe Bonito – para os mais atentos, o Filipe Bonito é aquele tipo de quem já falámos anteriormente a propósito das máquinas com revestimento a madeira, a Woodskin – sim, o gajo é cheio de projectos com piada.
O Bonito é filho de fotógrafos, adora fotografia, e todos os seus projectos envolvem este tema. O Sombras de Alguém é mais um destes projectos mas com uma grande curiosidade: as fotografias não são da sua autoria, nem se sabe quem é o autor! O Filipe compra máquinas na net e algumas trazem rolos, compra negativos nas feiras por onde passa e onde calha. Leva para casa e revela estes filmes cheios de histórias. Histórias de alguém, com Sombras de Alguém. Já lhe saíram coisas bastante interessantes na “rifa” mas esta é uma descoberta histórica, maravilhosa, de um rolo que transportou, em segredo, durante anos, o registo de uma família em diversas situações, mas há uma extremamente interessante: fotografias de 1971, da primeira edição do enorme Festival Vilar de Mouros, o célebre ano em que actuou Elton John, Quarteto 1111, Manfred Mann, Pop Five Music Incorporated, entre outros.
A descoberta foi feita por acaso e eu tive o prazer de acompanhar em tempo real, já que enquanto eu estava no facebook a olhar para o cenário da fotografia na ténue esperança de conseguir descobrir o que seria, surge um comentário à foto a sugerir o que logo de seguida se veio a confirmar através do cartaz do festival de 1971, com uma fotografia tirada sensivelmente do mesmo sítio, com um enquadramento semelhante. Fiquei abananado, confesso. Mais ainda quando começo a ver as restantes fotografias do rolo onde aparece a família, onde me cresce um nervoso miudinho por não conseguir identificar as pessoas, ajudá-las a descobrir este tão precioso registo perdido há anos. Fosse eu um deles… o que daria para me chegar uma coisa destas às mãos!
Este post surge não só pela raridade, pela importância de um registo histórico, mas acima de tudo pela esperança de conseguir encontrar alguém desta família. Iria ser do caraças! E o Filipe promete entregar o seu a seu dono.
Partilhem e ajudem, ainda vamos fazer uma boa história disto!