Visita ao ‘Graham’s 1890 Lodge’ e Restaurante ‘VINUM’

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Se nos acompanham há algum tempo, sabem que este é um lugar para convívio de amigos. Mas nunca foi só entre estes dois amigos que estão aqui todos os dias que a festa se fez, é também de amigos de outras “tainadas” com quem sempre estamos. O Tiago Felgar é um desses amigos, um dos melhores, de muitos anos, também ele amante de vinhos e boa mesa. Foi com ele que visitei o Graham’s 1890 Lodge, conhecido por caves do vinho do Porto da Graham’s, em Vila Nova de Gaia. Partilhámos esta visita e convidei-o para escrever sobre o momento.

T Froufe

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Rapaziada, cá está um daqueles lugares onde o vinho e a gastronomia se entrelaçam de forma especial!

Bom, parece que começamos bem! Bom vinho e boa mesa, arrisco dizer, são certamente dois dos mais genuínos prazeres de um português de gema! Não há volta a dar, está no nosso ADN. Para quem não conhece (ou para quem até já conhece, mas simplesmente quer recordar) o Graham’s 1890 Lodge é, diga-se, o lugar de culto de um dos vários “filhotes” da afamada família Symington: a Graham’s.

E, faça-se justiça, estes Senhores não só têm premiado Portugal e o Mundo com grandes vinhos, como também têm vindo a proporcionar aos amantes do vinho (e da boa mesa) experiências inigualáveis! O ‘VINUM Restaurant & wine bar’ é, sem duvida, caso paradigmático disso mesmo. À parte do reconhecido mérito que já lhe foi dado em 2014 pelo The great wine capitals Best of Wine tourism awards, como Best Wine Restaurant, certo é que este cantinho plantado sobre o encantador Rio Douro não é brincadeira nenhuma.

Este Lodge da Graham’s acomoda (diga-se, requintadamente), se a memória não me falha, uns 5 milhões de litros de Vinho do Porto, que desfrutam do privilégio de, sem pressas, envelhecer ao longo dos anos até que, na hora certa, passem da pipa à garrafa para, então, no momento ideal, fazerem uns quantos rapazes como nós felizes. Ou mais felizes ainda.

Em plena harmonia com estes milhões de litros de vinho, encontramos um restaurante de tirar o fôlego e com óptimo ambiente, uma loja para abastecer a adega lá de casa ou simplesmente presentear alguém, uma espaçosa e aconchegante sala de provas, um museu que nos fala sobre a (longa) história da família Symington e de todas as marcas de vinhos a ela associadas, e ainda uma sala vintage para provas premium que não dispensa uma descrição mais detalhada lá para a frente.

Logo que chegámos fomos acolhedoramente recebidos pelo Maître do restaurante, que, descontraídamente, nos guiou de forma breve por quase todos os cantos da casa para que nos sentíssemos já parte dela.

Depois do breve “tour”, já na sala principal do restaurante, anteciparam-nos o menu, para depois nos guiarem até à sala em género de jardim de Inverno do restaurante (paredes meias com a sala principal), onde nos esperava uma mesa espraiada sobre o Douro. E que mesa! Daí até sermos recebidos com um bastante aromático Altano branco, à temperatura ideal para o momento, e uns croquetes de presunto ibérico, foi um instantinho. Enquanto isso, a beirar os pratos, já caía numa delicada tigela do não menos delicado azeite virgem extra da Quinta do Ataíde. E o pão quentinho à acompanhar?…

Das entradas, logo passámos ao Altano Reserva, um tinto monovarietal de Touriga Nacional (ou seja, composto unicamente da casta Touriga Nacional), servido para podermos ir treinando o palato para aguentar o costeletão de boi de trás-os-montes que depois chegou. Mas não sem antes provar um pouco da nossa costa portuguesa retratada numa deliciosa e requintadíssima feijoada de bacalhau com amêijoas (ou bacalhau guisado).

Bom, mas vamos à carne, que afinal foi a rainha da festa.

E foi a rainha da festa porque estes senhores não brincam em serviço e deram-nos o prazer de acompanhá-lá com uma das mais recentes jóias da coroa da família Symington, o recém lançado Quinta do Ataíde 2014 Vinha do Arco: um tinto, também este 100% Touriga Nacional, proveniente de uvas de produção biológica e de um terroir único encontrado no vale da Vilariça, no Douro Superior.

Para os mais interessados e curiosos a respeito deste vinho, mas também a respeito da temática da viticultura biológica e dos vinhos biológicos, não deixem de dar uma olhada na ficha técnica e no vídeo que aqui vos deixamos, que retratam bem o lugar especial que é a Quinta do Ataíde e o trabalho de preservação da biodiversidade que estes senhores ali desenvolvem! É, sem duvida, de louvar. http://pt.symington.com/ataide/

E o mais interessante é que, de facto, o trabalho “de campo” nota-se no copo. Este Vinha do Arco é pomposo, um vinho que enche a boca, carnudo, altamente gastronómico, fresco e elegante, e sobretudo, um vinho “despido” de adereços, um vinho de aromas limpos, sedutores, com fruta madura, e que ao final nos conseguiu surpreender pela expressão que a Touriga Nacional aqui alcança – difícil tarefa para duas bocas habituadas e treinadas com a apaixonante Touriga Nacional do Dão.

Infelizmente (ou felizmente, percebemos depois) tivemos que abandonar aquela aconchegante mesa com um adeus ao rio Douro para, ultrapassando tentadoras sobremesas, encarar uma rápida visita guiada ao Lodge da Graham’s e que terminou como um a prova memorável na Private Vintage Room. E que prova, meus amigos. O T. Froufe já vos antecipou algumas fotos no Instagram (porque ele também não é de ferro!) mas o melhor é, sem dúvida, poder desfrutar de um lugar aconchegante, silencioso, rodeado de história, e sobretudo, acompanhado de grandes vinhos. E não pensem que é lugar reservado a entendidos! Nada disso. É sim um lugar onde, de forma sublime, descontraídamente se é guiado numa prova de Vinhos do Porto (alguns raros) sob o prisma de experienciar, aprender, deixar os sentidos livres, despertos. Enfim, passar um bom momento. As provas são normalmente acompanhadas por alguém do staff, que ora se alonga em detalhadas e competentes explicações, ora elegantemente se retira ao primeiro olhar discreto do visitante que não esteja virado para grandes conversas. Tem mesas preparadas e iluminadas para uma prova de vinhos ao mais alto nível, acompanhadas de confortáveis cadeiras de braços, além de algumas poltronas vintage estrategicamente espalhadas por esta sala decorada sob o mais clássico estilo Inglês.

Quanto aos vinhos, pois na verdade foi para isso que lá fomos, é caso para agradecer a todos os santos a sorte de podermos, silenciosamente, namorar um pouco com um grande Porto Vintage ou com um Tawny velho single harvest, como foi o caso do Graham’s Quinta dos Malvedos Vintage 2004 e o sumptuoso Graham’s Tawny single harvest 1972 (que nos deixou malucos). São de facto dois Vinhos do Porto muito diferentes, mas igualmente encantadores. Para partilhar com bons amigos, bons rapazes (ou raparigas) ou em família.

O resumo da história é que no VINUM encontra-se um respeito inigualável ao vinho e à gastronomia. E sobretudo, vontade de receber bem! E isso é Portugal, rapaziada!

Sem dúvida, para voltar. Se estiverem por perto, não pensem duas vezes.

Um abraço a todos

T Felgar

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