A&D | “Feldman House” – A remodelação perfeita

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Sabem aquela sensação de viajar sem tirar o rabinho da cadeira? Foi o que sentimos quando a “Feldman House” posou para nós em pleno ecrã do computador. Ficámos colados. Atónitos. Sonhámos. Tudo num estalar de dedos. Não sonhámos só com a casa, como devem calcular. Sonhámos com o quadro completo. Nós, a chegar a casa depois de um dia estafante, a arrumar – bem arrumadinho – um daqueles dois Porsches vintage na garagem, ela a receber-nos com aquela saudade e a levar-nos até ao jacuzzi, onde já estavam os miúdos a chapinhar e cantarolar ao som das árvores e do nada. Foi então que abrimos os olhos, beliscámo-nos, pusemos a cabeça em ordem e começámos a escrever este texto.

A “Feldman House” foi levantada em Portland, em 1956, pelo arquiteto Saul Zaik, inspirado pelo então recém-nascido ‘International Style’. Depois disso, a casa sofreu uma série de alterações, que destruíram o seu design original. Quando o casal Ty e Kelly Milford, mais as suas crianças, se apoderou dela, decidiu devolver-lhe o seu encanto inicial. Os trabalhos de remodelação ficaram a cargo da empresa Jessica Helgerson Interior Design, que fundiu a obssessão pelo vidro de Mies van der Rohe com madeira natural e um telhado de duas águas. Saul Zaik, já com 87 anos, foi incluído no novo projecto para lhe dar o seu cunho e… a sua bênção.

É quase impossível não ficarmos de queixos caídos com esta harmonia entre indoor e outdoor, que cria uma sensação de espaço amplo, sem deixar de ser acolhedor. No total, a “Feldman House” tem sete portas para o mundo lá fora. Não só é uma casa de sonhos, como é uma casa tirada de um filme – literalmente. Uma das cenas de “Crimes Imaginários”, com o bad boy Harvey Keitel, foi gravada na principal área da casa, um espaço que liga a sala de refeições à sala de estar.

A luz natural e os horizontes sempre abertos proporcionados pelas grandes paredes em vidro, e a salada de madeiras naturais (“Abeto de Douglas” no teto, “Cicuta” nas paredes, “Carvalho” no chão, e madeiras japonesas em algumas mobílias) acrescentam à “Feldman House” uma simplicidade complexa (ou complexidade simples, se preferirem).

Vénia!

photos: Ty Milford

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