Bons Amigos | Pankaj Parshotam

Pankaj Parshotam

O Futuro vai ser tão bom, não foi?

Lembro-me, ainda, de quando era preciso esperar que a Televisão “abrisse”, na altura em que só havia dois canais, mira técnica e Hino de Portugal, com uma Bandeira Nacional esvoaçante de fundo, a marcar o início e o fim das emissões.

E que idade pensam vocês que eu tenho? A verdade é que não foi assim há tanto tempo. Mas a tremenda evolução tecnológica das últimas décadas, faz com que alguém como eu, na casa dos 30, pareça hoje um quase pré-avô.

No tempo do imediato em que vivemos, imaginar alguém à espera que uma emissão de TV comece, é agora tão anacrónico como pensar que uma viagem entre Lisboa e o Porto, a “mata-cavalos”, demorava 34 horas, há pouco mais de um século e meio.

Se é verdade que a tecnologia nos facilitou a vida, de formas que muitas vezes nem sequer imaginávamos serem possíveis, também nos tornou mais impacientes, mais exigentes e bastante menos compreensivos com coisas que nos consomem tempo.

Deveríamos considerar-nos “ungidos” pelos deuses, de tanta benesse que esta evolução nos concedeu. Em vez disso, ficamos irritados quando um qualquer aparelho não responde como devia. Hoje, poder atender uma chamada telefónica com o meu smartwatch já não é ficção científica. É o novo padrão. E amanhã, vamos rir-nos do tempo em que até tínhamos de levar os telefones ao ouvido para poder falar.

É para aí que vamos, e a espera não vai ser longa. Os ciclos de transição entre saltos tecnológicos encurtam a cada ano que passa. Vamos poder fazer tudo (ou quase) em plena mobilidade, graças a gadgets integrados no que dantes era um relógio, um par de óculos, um casaco ou um botão de camisa. O estrangeirismo wearable vai tornar-se estranhamente familiar e quotidianamente presente.

E é por isso que me sinto um privilegiado por trabalhar para uma marca em que assisto a todo este movimento em primeira mão e na primeira fila…

 

Pankaj Parshotam